Plenária destaca poder de organização da categoria para reta final da Campanha Salarial

A Campanha Salarial está chegando na reta final e a direção do SMTTRUSP (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário de São Paulo) não tem poupado esforços em organizar a categoria para a luta.

Em plenária realizada nesta terça-feira (25), membros da diretoria plena, comissão de negociação e delegados avaliaram de forma positiva as assembleias de 01 hora nas garagens com os trabalhadores, informando-os sobre o impasse das negociações e mobilizando-os para a Assembleia Decisiva no próximo dia 28 de junho, 16 horas, na sede do Sindicato.

“Os trabalhadores estão unidos, organizados e motivados para enfrentar a intransigência dos patrões. Nas garagens deixaram claro este sentimento. E tenho certeza de que fizemos uma grande ação de mobilização junto a categoria, que na assembleia dará a sua resposta”, afirmou o secretário de organização, relação do trabalho, juventude e pessoas com deficiência, Nailton Francisco de Souza (Porreta), que esteve presente na Viação Campo Belo Garagem I.

_Um “lobby” que pode se transformar em PatrãoGate_

A SPTrans (São Paulo Transporte) teve a cara de pau de trazer a devolutiva dos custos da mão de obra do sistema de transporte por ônibus da capital, solicitada pelo Tribunal de Contas do Município (TCM-SP) em Mesa Técnica dia 11 de junho, assim: com números defasados do longínquo, distanteeeeeee… 2018.

Como havíamos informado com exclusividade em nossos canais oficiais, o presidente Edivaldo Santiago trouxe a informação de que as empresas estavam fazendo “lobby” junto a SPTrans para segurar os dados, e desta forma, travar as negociações.

O secretário Nailton durante plenária reforçou que a entidade está fechando documento com dados atualizados do número de trabalhadores da ativa e afastados pelo INSS, frota contratada e em operação, bem como linhas operadas.

“Os números que obtivemos mostram, deixam claro que as empresas recebem na média de oito trabalhadores por veículo previstos em contrato, mas empregam em média apenas cinco, além da defasagem de 4 mil vagas e os mais de 3 mil afastados. Ou seja, estão lesando o erário público sem nenhum constrangimento. Assim que tivermos os dados consolidados, encaminharemos à imprensa, para investigação e possível abertura de CPI na Câmara Municipal”.

_Patrões tirando vantagem da jornada de trabalho_

No contrato de concessão da prefeitura com as empresas – assinado em maio de 2019 – consta a jornada de 6 horas e 30 minutos efetivamente trabalhada mais 30 minutos de descanso remunerado. Recebem por isso e não pagam os trabalhadores. Inclusive está presente na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria!

“Já chega. Temos que dar fim ao abuso e exploração dos patrões que mandam e desmandam na cara larga. Vamos com tudo em busca da redução da jornada e depois vamos denunciar à justiça a 1 hora de almoço sem remuneração, pois é uma invenção das empresas para sacanear os trabalhadores, enganar a prefeitura e lesar o erário público”, afirmou o secretário-geral da entidade, José Alves Pinheiro Neto (Netinho).

_Se não vier proposta é GREVE GERAL_

Na assembleia geral, a diretoria do SMTTRUSP espera que seja apresentada uma proposta à altura das necessidades da categoria, com reajuste salarial e benefícios acima da inflação, recuperação das perdas salariais desde 2020 (garantida no tribunal) e redução da jornada de trabalho.

Caso isso não aconteça, os trabalhadores e trabalhadoras vão deliberar a suspensão do Estado de Greve e a proposta de GREVE GERAL na cidade nos próximos dias. Os presentes na plenária aprovaram esta proposta por unanimidade.