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5 de junho de 2018

Suspensão de CNH cresce 194% em São Paulo durante gestão Haddad

Suspensão de CNH cresce 194% em São Paulo durante gestão Haddad

O número de carteiras de motorista suspensas cresceu 194% durante a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT). No seu primeiro ano à frente da capital paulista, a média mensal era de 4,7 mil suspensões, índice que aumentou para 14 mil ao mês este ano. É a primeira vez que tantos condutores perdem a CNH.

Os dados são do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e não incluem motoristas que perderam a CNH por embriaguez ao volante. O aumento acompanha uma fiscalização mais rigorosa por parte da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e a diminuição das velocidades máximas em São Paulo. As infrações a quem trafega em até 20% do permitido, por exemplo, dobraram nos primeiros meses do ano.

O motorista pode perder a carteira de habilitação quando atinge 20 pontos ou comete uma infração auto-suspensiva. Em 2013, foram registadas 55 mil suspensões. Este ano, só até junho, já foram 81 mil.

Problemas no Detran

O aumento nas autuações foi tanto que, nos últimos meses, o Departamento de Operações do Sistema Viário (DSV) vem perdendo os prazos para envio ao Detran de solicitações para indicação de condutor. Com isso, proprietários de veículos estão sendo multados mesmo quando não foram responsáveis pela infração.

Foi o caso do metalúrgico Leonardo Alves, de 31 anos, que emprestou o carro para um amigo e acabou recebendo a notificação de uma multa que não cometeu. Eles reuniram a documentação necessária para indicação do condutor, mas, ainda assim, Alvez levou a autuação.

“Tinha mandado (a documentação) por carta e estava tranquilo. Tomei um susto quando chegou uma correspondência informando que a minha carteira seria suspensa. Tive de vir pessoalmente no Detran para resolver”, afirmou. Foram mais de quatro horas e três setores diferentes para que o processo pudesse ser concluído.

Segundo o diretor do DSV, Afonso Alonso, as multas de trânsito da cidade estão sendo reprocessadas e os motoristas que perderam pontos que deveriam ser transferidos serão avisados por correio da falha – e da correção do problema.

Falta de educação

Para o professor de engenharia de trânsito Creso de Franco Peixoto, da Fundação Educacional Inaciana (FEI), “a quantidade alta de infrações é resultado do fato de que o dinheiro arrecadado não está sendo usado na educação de trânsito”.

Na terça-feira (2), a Justiça determinou que a gestão deixe de usar as verbas do Fundo Municipal do Desenvolvimento de Trânsito de São Paulo para pagamento de despesas operacionais e de custeio da CET. Para a juíza Carmen Cristina Oliveira, “a receita com as multas deve ser empregada exclusivamente em sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e educação”.