Câmara Municipal calcula rombo de R$ 769 milhões caso Doria mantenha tarifa de ônibus em 2017
Relatório feito por técnicos a pedido da Comissão de Trânsito e Transporte da Câmara Municipal de São Paulo revela que o congelamento da tarifa de ônibus em 2017, como prometido pelo prefeito eleito João Doria, pode representar um rombo de R$ 769,5 milhões no orçamento da prefeitura para o próximo ano.
O relatório teve como base os custos do sistema, a inflação acumulada e a manutenção das atuais gratuidades.
Contando apenas com os subsídios de R$ 1,75 bilhão previstos no orçamento elaborado pela gestão Haddad, a passagem teria um aumento de 15,79 %, passando para R$ 4,37 ou R$ 4,40 para facilitar o troco.
Assinado pelo auditor da Câmara, Fernando Heitmann Ferreira Machado, o relatório ainda revela que, em média, o custo mensal para manter a frota atendendo 243 milhões de viagens é de R$ 608,3 milhões.
Levando em conta os subsídios e os valores propostos pelo Orçamento que ainda será debatido pelos vereadores, a tarifa teria de ser de R$ 4,40.
“A manutenção do valor da tarifa atual (R$ 3,80) implica um maior subsídio da Prefeitura ao setor, correspondente a R$ 2,56 bilhões em 2017 (média mensal de R$ 213,6 milhões), ou seja, uma diferença de R$ 769,5 milhões … Esses recursos orçamentários adicionais para o subsídio ao sistema provavelmente serão acompanhados de uma diminuição correspondente no gasto de outras rubricas orçamentárias”– diz o relatório, de acordo com publicação de O Estado de São Paulo.
E para garantir sua promessa de congelamento, João Doria deve ter de realmente cortar custos, como de gratuidades para idosos entre 60 e 64 anos e não retomar o Bilhete Único do Trabalhador Desempregado que está aprovado em lei, mas foi suspenso antes mesmo de ser colocado em prática por causa do período eleitoral.
Para cobrir o congelamento sem cortar outros gastos do sistema, seriam necessários subsídios de R$ 2,65 bilhões. No entanto, muito provavelmente a Câmara vai aprovar o valor de R$ 1,75 bilhão apresentado por Haddad , já que os vereadores não se arriscariam, para manter o congelamento, retirar verbas de saúde, educação e mesmo de outras áreas relacionadas ao transporte.
Na última sexta-feira, o débito da prefeitura para com o sistema de transportes chegou a R$ 209,9 milhões. No entanto, Haddad deve deixar em caixa para Doria, inclusive para pagar os débitos dos transportes, R$ 6 bilhões.
Fonte – Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes