Confira histórias de profissionais que ganham a vida como motoristas
Esta matéria é dedicada a discussão da mobilidade, com uma maior ênfase ao transporte por ônibus. Um personagem essencial para que o sistema funcione é o motorista.
Nesta segunda-feira, 25 de Julho, é o dia dele, e o Blog Ponto de Ônibus destaca a história de seis profissionais da empresa Transwolff, que ganham a vida e sustentam famílias por meio desta profissão.
Transportando e realizando sonho da casa própria o baiano Antonio Fabio Bispo dos Santos, 36 anos, Jitaúna (BA). Veio pra cá em 1997. Motorista há 5 anos, foi pintor, controlador de acesso, ajudante de pedreiro e ajudante de limpeza. Por meio da profissão, conseguiu comprar carro e casa. É caso e tem o apoio da mulher. Ele trabalha na linha 6045-10 – Valo Velho – Sto. Amaro. Começou como cobrador.
Tio Barnabé do ônibus
Já o motorista da linha 6083-10 – Jd. Eliana – Terminal Grajaú, o baiano Raimundo José Nascimento, 72 anos, da cidade de Nova Soure (BA), apelidado por Tio Barnabé, por conta do personagem da obra infanto-juvenil do escritor Monteiro Lobato do Sítio do Pica Pau Amarelo, pretende dirigir até 2020.
Na profissão desde 1997, Tio Barnabé se intitula como calmo, realista e compreensivo, porém se “pisar no pé do Barnabé, aí é problema”, diz ele. O que amolece o coração é quando embarca uma criança no ônibus e diz: “Oi, Vô”. “Aí ganho o dia.” . Ele diz que trata todo mundo igual. Acha que um dia vai dormir e não acordar, pois nunca fica doente. “Não quero dar trabalho e ficar em cima de uma cama.” Tio Barnabé era dono de um mercadinho no Jd. Castro Alves (zona sul), entre 87 a 92. Comprou um sitio Jacupiranga, no interior de São Paulo, e foi embora. Anos depois, voltou para a cidade grande. “Muita calmaria atrapalha.” Casado, pai de quatro filhos e avô oito vezes, quando está de folga, adora ouvir João Mineiro e Marciano, Milionário e José Rico e Tonico e Tinoco. E não tem nada que o tira de casa às 9h da manhã de domingo, quando vai ao ar na TV Aparecida o programa de Aparecida Sertaneja. Aos 13 anos, perdeu o dedo indicador da mão direita em um moedor de cana, quando vendia caldo de cana na Bahia. Ele ainda quer ir à cidade neste ano comemorar o aniversário da mãe Antonia, que completa 100 anos no dia 5 de setembro. “Até hoje peço benção pra ela”, diz.
Feliz na profissão
O terceiro personagem é Wellington Santos Oliveira, 36 anos, motorista da linha 6044- 10 – Dom José – Term. Sto. Amaro. Está na profissão há 14 anos. Antes, foi cobrador. Diz que tudo que conquistou na vida foi graças a função. “Faço de coração. Eu gosto do que faço”, afirma. No inicio dos anos 80, saiu de Porto da Folha (SE) cidade de 26 mil habitantes onde trabalhava como agricultor, com direção a São Paulo para tentar a vida e ajudar os pais que ficaram pra trás. Ele foi ajudante de caminhão, encarregado de expedição, mas o seu destino seria à frente de um volante a partir de 1998. E ele venceu na cidade grande exercendo essa função.
Pagou o estudos da filha como motorista
Outro destaque é Erisvaldo Rivaldo Lima, 53 anos, motorista da linha 6039-10 – Valo Velho – Sto. Amaro. Pai de Pamela, 17, Vitor Hugo, 20, e Monique, 24 anos. O filho vai seguir os passos do pai. A filha mais velha, Monique é formada em Odontologia e já exerce a função há três anos. O pai foi quem pagou os estudos. Já Pamela entra no mesmo curso ano que vem e é Lima quem vai desembolsar a verba. O que representa ser motorista? “É levar e trazer todos com segurança. Concentração é tudo”, diz.
Raquel Dantas da Silva, 23, trabalha na linha 7009-10 – Jd. São Lourenço – Jd. Angela há 1 ano e 8 meses. Começou aos 16 como cobradora. “Ser motorista é uma sensação de independência. Me elogiam, que sou mais atenciosa.” Pai da Raquel, Ivanildo, 56, também é motorista da mesma linha.