Greve de ônibus no ABC persiste
Já são cinco dias de greve dos motoristas, cobradores e demais funcionários da EAOSA – Empresa Auto Ônibus Santo André e da Viação Ribeirão Pires, do empresário Baltazar José de Sousa, que mais uma vez não pagou os salários e benefícios trabalhistas em dia.
Somente neste ano, por causa destes atrasos, foram oito greves, sendo cinco consecutivas, sempre no início do mês.
Quem sofre, além dos trabalhadores, são os passageiros que são obrigados a usar ônibus municipais e depois o trem, aumentando os custos da viagem pela falta de integração entre ônibus locais do ABC e a CPTM.
Quando estão operando, os serviços da EAOSA e da Ribeirão Pires são considerados os piores metropolitanos do Estado, segundo a EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos, da gestão Alckmin, responsável pelo gerenciamento dos serviços.
A EMTU se limita a falar em multas, tipo de ação que notadamente não faz Baltazar melhorar os serviços, e diz que a situação pode mudar quando for concluída a licitação das linhas no ano que vem.
Somente no ABC não foi feita a licitação desde 2006. Os empresários da região (todos, não só Baltazar), esvaziaram os certame alegando custos de operações para cumprir as exigências de um transporte ainda longe do ideal, como ocorre com as outras quatro áreas da Grande São Paulo, mas um pouco melhores que os intermunicipais do ABC.
A EMTU diz que o Grupo Baltazar José de Sousa está em recuperação judicial por causa de empresas de Manaus e que um juiz de lá proibiu a suspensão das empresas no ABC.
Mas a EMTU não diz nada ainda sobre recursos jurídicos e sobre outras possibilidades, como intervenção na empresa, que continuaria operando.
Ainda nesta manhã, uma nova reunião entre trabalhadores e empresas deve tentar por fim à paralisação.
Ontem funcionários das empresas Viação Imigrantes, Viação Riacho Grande e Triângulo, também de Baltazar, voltaram ao trabalho.
Houve pagamento dos funcionários da Ribeirão Pires, mas em solidariedade aos trabalhadores da EAOSA, os ônibus da Ribeirão permanecem na garagem.
São 25 mil passageiros prejudicados nesta quinta.
Fonte – Ádamo Bazani, jornalista especializado em transportes